terça-feira, 29 de setembro de 2009

IX CONGRESSO BRASILEIRO DE QUALIDADE DE VIDA-SOMOS EXPOSITORES


Aos nossos leitores,

gostaríamos de compartilhar a nossa satisfação de que estamos participando como expositores no Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida nos dias 05,06 e 07 de Outubro de 2009, no Maksoud de Plaza.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Fisgado na primeira tragada

Descobertas revelam que o cigarro vicia de forma surpreendentemente rápida. Pesquisas acenam com novos tratamentos para libertação do vício.
por Joseph R. DiFranza
( Clínico geral da faculdade de medicina da University of Massachusetts, nos Estados Unidos.)

Durante minha especialização em medicina da família estudei a dependência de nicotina sob a óptica conservadora. Os médicos havia muito acreditavam que as pessoas fumam basicamente por prazer – e que, com o tempo, se tornam psicologicamente dependentes. A tolerância aos efeitos da nicotina estimula que se fume cada vez mais. A dependência física começa quando o hábito atinge uma freqüência preocupante – cerca de cinco cigarros por dia – e a nicotina passa a estar constantemente presente no sangue, em geral, depois de anos e milhares de cigarros fumados. Algumas horas após o último cigarro o fumante dependente passa a apresentar os sintomas da abstinência de nicotina: inquietação, irritabilidade e dificuldade de concentração, entre outros efeitos. Segundo esse conceito, as pessoas que fumam menos de cinco cigarros por dia não são dependentes.Eu me valia desse princípio quando deparei com uma paciente daquelas que nunca leu um livro teórico. Durante uma consulta de rotina, uma adolescente contou sobre sua dificuldade para largar do cigarro, mesmo tendo começado a fumar havia apenas dois meses. Pensei que ela fosse um caso à parte, uma rara exceção à regra sobre o lento desenvolvimento da dependência, que levaria anos. Mas isso atiçou a minha curiosidade e decidi entrevistar estudantes de um colégio próximo sobre o hábito de fumar. Fiquei intrigado com uma garota de 14 anos que afirmou ter feito duas sérias tentativas frustradas para deixar o cigarro. E ela havia fumado somente uns poucos cigarros por semana, durante dois meses. A descrição de seus sintomas durante o perío-do em que ficou sem fumar lembrava o relato queixoso dos meus pacientes que fumam dois maços por dia. O rápido aparecimento desses sintomas contrapunha grande parte do que eu achava que sabia sobre nicotina. E, quando fui verificar essas informações em sua fonte, constatei que tudo o que havia aprendido não passava de especulação.Patrocinado pelo Instituto Americano do Câncer e pelo Instituto Americano contra o Abuso de Drogas (Nida, na sigla em inglês), passei a década seguinte pesquisando o desenvolvimento da dependência de nicotina entre fumantes novatos. Sei que o modelo de dependência descrito no início do artigo é ficção. Minha pesquisa apóia uma nova hipótese para mostrar que a exposição mínima à nicotina – como um único cigarro – pode alterar o cérebro, modificando seus neurônios a ponto de estimular o desejo de fumar. Esse conceito, uma vez comprovado, pode vir a indicar novos caminhos promissores aos pesquisadores para o desenvolvimento de novas drogas e tratamentos que ajudem a deixar o hábito.

domingo, 13 de setembro de 2009

Procura para parar de fumar cresce 30% no HCor após lei antifumo

Da Agência Estado Em São Paulo
27/08/2009 - 10h45
O Hospital do Coração (HCor) de São Paulo registrou que, após a entrada em vigor no dia 7 deste mês da lei antifumo, a procura pelo Programa de Assistência Integral ao Fumante da instituição teve um acréscimo de 30%, de acordo com Silvia Cury Ismael, psicóloga e responsável pelo programa. Para ela, não só aqui no Brasil, como em outros países que também mantém restrição ao tabaco, foi verificado um aumento da busca por ajuda em largar o vício. O programa do HCor reúne grupos de cinco a dez pessoas uma vez por semana durante dois meses. Após o tratamento, segundo informações do hospital, cerca de 80% dos pacientes permanecem em abstinência. Após um ano, 60% deles resiste ao fumo.O cigarro causa dependência e leva a graves problemas de saúde. O tabagismo se relaciona com mais de 50 tipos de doenças. Quando a pessoa traga a fumaça do cigarro está inalando mais de 4.700 substâncias tóxicas. Silvia diz que a cada dez casos de câncer de pulmão, nove são consequências do fumo, assim como 85% das mortes por enfisemas. Estima-se que no Brasil 200 mil pessoas morram precocemente a cada ano devido ao tabagismo. As informações são da Assessoria de Imprensa do hospital.
AE

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Fumo e gravidez

Publicado originalmente na Folha de São Paulo, 07/04/2009
Grávida que larga fumo tem risco igual ao de não fumante. Segundo estudo, deixar vício até 15ª semana de gestação diminui chance de ter bebê prematuro e com baixo peso Pesquisa foi feita com 2.500 mulheres; para médicos, o ideal é deixar o tabagismo imediatamente depois da descoberta da gravidez Mulheres que param de fumar antes da 15ª semana de gestação apresentam o mesmo risco de ter um parto prematuro e de dar à luz um bebê pequeno do que as não fumantes, concluiu um estudo publicado no "British Medical Journal". Os autores avaliaram mais de 2.500 gestantes na 15ª semana de gestação. Elas foram divididas em três grupos: não fumantes, fumantes e aquelas que abandonaram o cigarro durante a gestação. Todas as mulheres do grupo que parou de fumar o fizeram antes de chegar à 15ª semana. Os resultados mostraram que a taxa de parto prematuro entre as gestantes que pararam de fumar e as não fumantes foi a mesma (4%), enquanto as fumantes apresentaram um risco maior, de 10%. Um resultado similar foi encontrado em relação ao tamanho do bebê: 17% das fumantes e 10% das não fumantes e das que largaram o vício tiveram uma criança com baixo peso ao nascer. Para o pneumologista Jonatas Reichert, membro da comissão de tabagismo da Associação Médica Brasileira, trata-se de uma pesquisa importante, mas é necessário que outros estudos confirmem a descoberta. "Esse trabalho vem contra a ideia que já tínhamos, de que uma circulação sanguínea reduzida [em consequência do tabagismo] durante a formação do feto tem como resultado uma criança de baixo peso, menor do que as outras." Reichert diz que o resultado não pode ser um pretexto para a mulher continuar fumando. "Mas, por outro lado, alivia a preocupação das mães que não conseguem parar de fumar no início da gestação", afirma. Na opinião do pneumologista Ricardo Henrique Meirelles, do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Inca (Instituto Nacional de Câncer), a pesquisa corrobora o que já se conhecia sobre os efeitos do tabagismo na gravidez. "Não se sabia quanto tempo a gestante poderia fumar de forma a correr menos riscos, por isso sempre defendemos que, quanto mais cedo, melhor", diz. Para ele, o ideal é cessar o fumo imediatamente após a descoberta da gravidez. "Não precisa esperar até a 15ª semana." Na pesquisa, as fumantes se encaixaram com mais frequência no perfil de mães solteiras, desempregadas, com menor grau de instrução e peso acima ou abaixo do normal. Vários estudos já provaram os efeitos prejudiciais do cigarro na gestação, como maior risco de aborto, parto prematuro, bebê pequeno, morte súbita do recém-nascido, bebê natimorto e prejuízo no desenvolvimento da criança.
RACHEL BOTELHO, colaborou FERNANDA BASSETTE - Folha de S.Paulo