segunda-feira, 29 de março de 2010

Mulher busca mais ajuda do que homem para largar cigarro

Que as mulheres são mais sensíveis do que os homens, observam melhor o figurino nas festas e conhecem a fundo as vantagens de uma escova nos cabelos, isso todo mundo já sabe. A novidade sobre o sexo feminino é que elas se preocupam mais com a saúde. Pelo menos quando o assunto é o cigarro, o número de pessoas que buscam tratamento contra o fumo é maior no universo feminino das fumantes.

No Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado hoje, uma pesquisa do Centro Estadual de Tratamento de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), que acaba de ser divulgada, aponta que mais da metade das pessoas que procuram atendimento para abandonar o tabagismo é mulher. Dos 500 pacientes atendidos entre fevereiro de 2005 e fevereiro de 2006, 56,52% eram do sexo feminino e 43,48%, do masculino.

A administradora de empresas Milena Cascarelli, de 22 anos, foi uma das que, há cinco meses, optou por largar o vício. "Comecei a fumar muito cedo. Fui influenciada pelas minhas amigas e também por um namoradinho da adolescência. Só que depois nós terminamos e o meu atual companheiro odeia cigarro. Foram dois estímulos: a preocupação com a saúde e o respeito para não perder meu novo namorado", conta a jovem.

Os motivos apontados por Milena são os que prevalecem nas pacientes do Cratod. De acordo com o estudo, elas alegam que a rejeição dos homens é o principal fator, seguido pela redução da fertilidade e os riscos de doenças.

"Há uma grande diferença do significado do fumo para homens e mulheres. Elas adotam o cigarro como um companheiro, uma solução para suprir um vazio emocional. Já os homens fumam para aliviar estresse, inserção social e auto-afirmação", afirma a diretora do Cratod, Luizemir Lago.

No Centro de Tratamento Contra o Fumo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, no Paraíso, Zona Sul, o cadastro de pacientes também mostra que as mulheres são maioria. "Cerca de 60% dos nossos pacientes são do sexo feminino e 40% são homens", garante o pneumologista Ciro Kirchenchtejn.

Mas se parar de fumar não é uma das tarefas mais fáceis, para as mulheres a vaidade pode deixar o processo ainda mais complicado. Muitas engordam e abandonam o tratamento por causa disso. "Eu engordei 10 quilos em dois meses. Mas valeu muito a pena. Estou mais cheirosa, sinto os gostos dos alimentos. Parece que renasci", ressalta Solange Aparecida Toledo, de 31 anos, que há quatro meses faz o tratamento no Cratod.

Quem quiser receber orientações para deixar de fumar pode ir ao Shopping Market Place, na Zona Sul. O Hospital Oswaldo Cruz montou um estande no local para atender o público, entre 10h e 22h. O serviço é gratuito e vai funcionar até sexta-feira, 1° de setembro.

Drogas milagrosas contra o tabagismo são anunciadas todos os anos, mas ainda não existe algo tão eficiente quanto o tratamento multidisciplinar. Quem faz a afirmação é a pneumologista Andréa Barbieri, do Hospital Edmundo Vasconcelos. "No tratamento multidisciplinar, o fumante tem suporte psicológico, nutricional e medicamentoso. A necessidade é tratada em todos os níveis", diz Andréa.

Muito fumante ainda se recusa a abandonar o cigarro porque acha que vai ganhar peso. Infelizmente, eles estão certos. Sem várias substâncias nocivas que facilitam o emagrecimento, a maioria deles acaba não controlando bem a ansiedade e pode aumentar a alimentação. "Aí é que entra o trabalho do nutricionista", diz Andréa.

Os medicamentos agem no centro da vontade. Para os que se recusam a procurar tratamento medicamentoso alegando que a droga será mais tóxica que o cigarro, a pneumologista diz que a crença não é verdadeira. Os adesivos e chicletes de nicotina são administrados em doses controladas.

Das pessoas que tentam abandonar o vício, só 5% consegue sucesso sem o tratamento. "As que não conseguem, além de continuarem fumando, precisam conviver com o sentimento de frustração", diz a especialista.

Ainda de acordo com Andréa, o paciente que deixa de fumar com tratamento também tem chances de voltar a fumar, mas, se tentar parar novamente, terá mais possibilidades de alcançar o êxito outra vez, já que conhece o método.

Outro fator importante é cumprir todo o tratamento, que tem duração de três meses. "O paciente que faz por um mês tem pelo menos o dobro de chances de recaída do que o paciente que cumpriu todo o tratamento", avisa a médica.


ENTREVISTA
DORIT WALLACH VEREA, PSICÓLOGA ESPECIALISTA EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA

Agência Estado - O que mudou no tratamento psicológico dos fumantes?

Dorit Wallach - O tabagismo ainda é algo difícil de se tratar, mas até pouco tempo atrás, só se falava em ‘força de vontade’. A maioria dos fumantes ainda não acredita que existe um tratamento, que mexe com os aspectos físico, emocional e comportamental.

Agência Estado - É difícil conseguir sucesso se nem todos os pontos são atacados?

Dorit Wallach - Parar de fumar de repente e sem ajuda não é eficiente, porque pode desencadear ansiedade, estresse e depressão. A dependência nicotínica envolve a inter-relação entre dependência física e psicológica e condicionamento do hábito.

Agência Estado - Como os fumantes enxergam o próprio vício?

Dorit Wallach - A maioria ainda não o vê como um problema de saúde, mas como ‘sem-vergonhice’, ou simplesmente dizem ‘tenho prazer em fumar e ponto’. Mas toda dependência química envolve prazer. No entanto, não é por prazer que você continua, mas por dependência.

Agência Estado - Como o tratamento psicológico funciona?

Dorit Wallach - Ele trabalha diversos aspectos, como a motivação, a sensibilização e a reflexão do paciente sobre o tabagismo. Através destes aspectos, ele consegue identificar o que o cigarro representa em sua vida.

Agência Estado - O que o cigarro pode representar?

Dorit Wallach - Pode simbolizar um prêmio, como naqueles casos em que a pessoa chega estressada do trabalho e diz ‘eu mereço um cigarrinho’. Pode também representar um companheiro, algo que está sempre ao seu lado. Tanto que alguns usuários sentem uma espécie de luto quando o abandonam. Na maior parte dos casos, o cigarro é um apoio emocional, que aplaca o nervosismo. Trabalhamos com essa conscientização e estratégias para lidar com a abstinência.

Agência Estado - Quais são elas?

Dorit Wallach - Uma estratégia é quebrar o automatismo. Sugerimos que a pessoa fume com a mão com a qual não está acostumada, ou o faça em outro horário que não o habitual. É uma espécie de terapia cognitiva.

Agência Estado - Quais são os índices de sucesso?

Dorit Wallach - Cerca de 72% das pessoas que tentam este tratamento conseguem abandonar o vício.


BOXE/NÚMEROS

30 MILHÕES
de pessoas fumam
em todo o Brasil

18 MILHÕES
do total de fumantes
são do sexo masculino

12 MILHÕES
dos que possuem o vício
são mulheres

80%
dos que consomem cigarro
querem largar o vício

100 MIL
brasileiros morrem
todo ano por causa do fumo

* estimativas do INCA


NOTAS

PRAZO DEFINIDO
Escolha uma data para parar de fumar e desfaça-se de todo cigarro que tiver. A idéia de parar com o fumo gradativamente dificilmente dá certo

DEPENDENTES
A nicotina aumenta a produção de substâncias psicoativas, como a dopamina e a serotonina, que são responsáveis pela sensação de prazer. Esta é a razão da dependência

TEMPOS DIFÍCEIS
O 1º mês é o mais crítico e este período é recheado de vários momentos de nervosismo, irritação e ansiedade. Para combater o desejo intenso de fumar, recomenda-se inspirar profundamente por 10 vezes, beber dois copos de água e fazer breves caminhadas

CUIDADO COM A BALANÇA
Algumas pessoas associam a ingestão de açúcar ao alívio da ansiedade. Porém, é necessário ter cautela com o excesso, já que seu peso pode aumentar

AJUDA DE ESPECIALISTAS
O apoio psicológico é muito importante para quem quer largar o vício. A família e os amigos podem contribuir com isso, se encararem o fumante como um dependente. Mas é importante combater o tabagismo e não o fumante

Fonte: ultimosegundo.ig.com.br

terça-feira, 23 de março de 2010

Cigarro e Fertilidade

Cigarro e Fertilidade

O cigarro é considerado o veneno reprodutivo mais potente do século vinte e um. Vários estudos científicos comprovam seu efeito deletério sobre a saúde reprodutiva.
A fumaça do cigarro contém centenas de substâncias tóxicas, incluindo a nicotina, monóxido de carbono, polônio radioativo, alcatrão, colesterol, fenol, ácido fórmico, ácido acético, chumbo, cádmio, zinco, níquel, benzopireno e substâncias radioativas, as quais afetam a função reprodutiva em vários níveis, como a produção dos espermatozóides, motilidade tubária (importante para a captação do óvulo que sai do ovário no momento da ovulação), a divisão das células do embrião, formação do blastocisto (embrião com mais de 64 células) e implantação.
Mulheres fumantes também podem apresentar maior incidência de irregularidade menstrual e amenorréia (falta de menstruação). A fertilidade é reduzida em 25% nas mulheres que fumam até 20 cigarros ao dia, e 43% naquelas que fumam mais de 20 cigarros, ou seja, o declínio da fertilidade tem relação direta com a dose de nicotina.
Durante a gestação, o fumo pode aumentar a incidência de placenta prévia (placenta baixa), descolamento prematuro da placenta e parto prematuro.
Deve-se sempre estimular as pessoas a parar de fumar, especialmente os casais que estão tentando engravidar e principalmente homens nesta situação que apresentam contagem de sêmen no limite inferior da normalidade. Entretanto, mesmo com contagem de sêmen normal, o fumo deve ser desencorajado.

Fonte:IPGO-Medicina da Reprodução

segunda-feira, 8 de março de 2010

Tabagismo

O consumo de tabaco é, nos dias de hoje, a principal causa de doença e de mortes evitáveis.


Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), anualmente cerca de 4,9 milhões de pessoas morrem, em todo o mundo, em resultado do tabagismo. Se a epidemia não for travada, a mesma organização estima que, em 2020/30, esse número chegará aos 10 milhões de pessoas por ano.

Uma vez iniciado o consumo do tabaco, rapidamente se transforma em dependência (física e psíquica), provocada por uma droga psicoactiva - a nicotina – presente na folha do tabaco.

O fumo produzido pelo consumo do tabaco contém mais de quatro mil compostos químicos com efeitos tóxicos e irritantes, dos quais mais de 40 são reconhecidos como cancerígenos.

O tabagismo não é factor de risco apenas para o próprio fumador, mas também para aqueles que, não sendo fumadores, se encontram frequentemente expostos ao fumo passivo. Dados recolhidos em 1992, pela Comissão Europeia, revelaram que 29 por cento dos fumadores portugueses nunca se abstêm de fumar em presença de não-fumadores.

Estudos epidemiológicos confirmam a associação entre o tabagismo e...


Um terço de todos os casos de cancro;
90 por cento dos casos de cancro do pulmão;
Cancro do aparelho respiratório superior (lábio, língua, boca, faringe e laringe);
Cancro da bexiga, rim, colo do útero, esófago, estômago e pâncreas;
Doenças do aparelho circulatório, dos quais a doença isquémica cardíaca (25 por cento);
Bronquite crónica (75-80 por cento), enfisema e agravamento da asma;
Irritação ocular e das vias áreas superiores.
Fumar reduz a esperança média de vida em cerca de dez anos.

Fonte:Portal da saude