As mortes relacionadas ao cigarro devem dobrar até 2030, chegando a 10 milhões por ano, afirmou nesta sexta-feira (09), a coordenadora do programa de controle de tabaco da Fundação Mundial do Pulmão (WLF), Judith Longstaff Mackay.
De acordo com ela, se nas economias avançadas o mercado para o cigarro está diminuindo, o contrário está acontecendo nos países em desenvolvimento.
"Acho que é importante não ficar comparando, mas há cerca de 3 milhões de mortes por tuberculose ao ano e 5 milhões de mortes anuais pelo cigarro, e elas estão aumentando", disse ela à Reuters numa entrevista.
"Até 2030, esses 5 milhões vão estar mais perto de 10 milhões, vão ter dobrado … e o maior fardo está nos países em desenvolvimento", afirmou ela, que participa de uma conferência internacional sobre saúde do pulmão.
A fundação trabalha junto com grupos como a OMS - Organização Mundial da Saúde para promover a saúde pulmonar. Mackay é conselheira da OMS e critica fortemente as indústrias de cigarro.
O fumo é uma importante causa de câncer de pulmão, garganta, bexiga e de outros problemas graves de saúde.
Apesar das provas científicas sobre os riscos do fumo à saúde, mais gente está fumando no mundo todo, disse ela. Estima-se que hoje haja 1,3 bilhão de fumantes no mundo, e esse número deve subir para 1,64 bilhão até 2030.
O mercado global de tabaco movimenta bilhões de dólares por ano, e a China e os Estados Unidos são os dois maiores fabricantes de cigarro do mundo, segundo a Sociedade Americana de Câncer. A entidade chama a China de uma "bomba relógio", com aproximadamente 320 milhões de fumantes.
Segundo o Atlas do Cigarro de 2006, publicado pela sociedade, os quatro países com maior número de fumantes homens - que respondem pela maioria dos fumantes do mundo - são o Iêmen, o Djibuti, o Camboja e a China.
"Na Ásia, especialmente, há mais poder de compra, mais sucesso financeiro, e as pessoas podem comprar mais cigarros", disse Mackay. De acordo com ela, os países em desenvolvimento estão registrando avanços como a proibição do fumo em lugares públicos e da propaganda de cigarro.
Fonte: Estadão Online