A síndrome da morte súbita do lactente (SMSL) é bastante conhecida e temida em todo o mundo.Nos países desenvolvidos houve grande divulgação a seu respeito nos últimos anos, a partir da surpreendente descoberta de que os lactentes abaixo de 6 meses que dormem em posição de barriga para baixo possuem chance 3 a 9 vezes maior de SMSL do que os que dormem em posição de barriga para cima.
Um estudo realizado pela Dra. Ana Paula Silveira Pinho e seus colaboradores do Departamento de Neurologia do Hospital São Lucas de Porto Alegre, RS, teve como objetivo principal analisar se os fatores de risco previamente identificados para a SMSL têm impacto significativo em um país em desenvolvimento como o Brasil.
Foram registrados 39 casos de SMSL nascidos entre 1996 e 2000 que morreram subitamente e inesperadamente em casa, ao dormir, com diagnóstico final da SMSL; o grupo controle foi composto de 117 lactentes pareados por idade e sexo que morreram em hospitais, por outras doenças. Os dados foram coletados de registros médicos postmortem e respostas a questionários. A idade média dos casos no momento da morte dos lactentes foi de 3,2 meses.
As frequências de idade gestacional, amamentação e visitas regulares a unidades básicas de saúde foram similares nos dois grupos. A posição de dormir mais comum nos casos e controles foi a lateral.As variáveis maternas idade inferior a 20 anos e consumo de mais de 10 cigarros/dia durante a gravidez aumentaram significativamente o risco para a SMSL. As características socioeconômicas foram similares entre os grupos e não afetaram o risco.
Os autores do estudo concluíram que os perfis dos lactentes e das mães, bem como, os fatores de risco para a SMSL foram similares aos encontrados em outros países. Todavia, foram identificadas características individuais quanto aos riscos de fumar durante a gravidez e da idade materna inferior a 20 anos.
Fonte: Revista de Saúde Pública.
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