segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vacina pode ajudar a parar de fumar

Pesquisadores americanos vão começar testes de droga que bloqueia a sensação de prazer do fumante com a nicotina.

Cientistas dos Estados Unidos vão começar os ensaios clínicos da primeira vacina para ajudar as pessoas a parar de fumar e evitar que depois elas voltem ao vício. A vacina atua bloqueando a sensação de prazer produzida pela nicotina no fumante. É a primeira vez que se adota este enfoque no combate ao tabagismo. Todos os tratamentos convencionais até hoje, como o chiclete de nicotina, tinham como objetivo fazer com que os fumantes largassem aos poucos o cigarro. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), que comemora na segunda-feira, 31 de maio, o Dia Mundial Sem Tabaco, o tabagismo é a segunda causa de morte em todo o mundo, depois da hipertensão.

Os ensaios clínicos da nova vacina, chamada NicVax, serão feitos por médicos da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, em 25 clínicas americanas. “O uso da vacina para tratar a dependência à nicotina é um dos enfoques mais inovadores que já foram feitos para combater o vício”, disse o professor Jonathan Henry, que está conduzindo os testes. “Temos muitas esperanças de que esta estratégia ajudará os fumadores a abandonarem o vício”, declara.

Quando a nicotina entra na corrente sanguínea, cruza rapidamente a barreira entre os vasos e o encéfalo (a chamada barreira hematoencefálica, cuja função é impedir que as substâncias tóxicas a atravessem) e fica presa aos receptores de nicotina no cérebro. Isso provoca a liberação de substâncias estimulantes como a dopamina, que proporcionam ao fumante a sensação prazerosa que leva ao vício.

A nova vacina estimula o sistema imunológico para que ele produza anticorpos que aderem à nicotina criando uma substância grande demais para atravessar a barreira hematoencefálica. Assim, impedem que a nicotina cause a sensação de prazer. As primeiras fases dos ensaios clínicos mostraram que a vacina é capaz de criar este mecanismo e como os anticorpos permanecem no organismo por períodos mais longos, evita a retomada do vício.

A reincidência é um dos maiores problemas para se superar nos tratamentos atuais contra o tabagismo. Estudos comprovam que as taxas de retomada depois que um fumante larga o cigarro podem chegar a 90%. Os cientistas disseram que os ensaios clínicos serão feitos com cerca de mil indivíduos. Os participantes tomarão a vacina várias vezes durante 12 meses. Os resultados finais são esperados para 2012. E, caso haja êxito, a vacina chegará logo depois ao mercado.

Estado de Minas -

Publicação: 29/05/2010 07:09

Fonte:uai-Ciência e Tecnologia

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